sábado, 18 de fevereiro de 2012

Amor-Perfeito

Espreitei pela janela dos teus olhos,
Procurei paisagens paradisíacas.
Imaginei édenes ou niagaras,
Jardins suspensos babilónicos…
Visões eloquentes, imponentes,
De paixões loucas, segredos sem fim…
Encontrei antes uma planície
Coberta de um manto em fortes cores,
Pequenas pétalas que em harmonia
Dançavam ao sabor do vento
Num vaivém de cheiros doces,
Ternura, afeição e paciência.

Espreitei pela janela dos teus olhos,
Vi paz… um arco-íris brilhante
Embelezando o céu azul…
E flores, dessas pequenas, simples…
Das que abençoam a quem as aprecia.
E assim me ensinas tu a amar…
A gravar como em pedra o teu nome no meu peito…
Porque o amor não é complexo, exuberante,
Não transborda, não muda o mundo…
Espalha-se em nós, apodera-se de tudo,
Embeleza-nos a vida, como nesse teu campo…
Amor belo, amor sincero,
Amor verdadeiro, amor-perfeito…

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Duas Metades

Oiço-nos...
Dois corações, duas vozes...
Uma rima... um só nome...!
Metade de mim, metade de ti...
Só assim me sinto COMPLETA.

sábado, 25 de julho de 2009

Amor Amigo...

Que faço, diz-me…!
Que palavras me dirias… se mas dissesses…?
Que afagos me darias… se mos desses…?
Que duras palavras guardarias no peito…
Se sequer soubesses tudo o que tenho a dizer-te…?
Tento não pensar… tento não olhar para trás…
Esquecer a alegria que sentia ao teu lado…
Abandonar as esperanças que guardava de ti…
Mas tenho-te preso a mim e não sei desprender-me!
O doce do teu abraço persegue-me,
O teu olhar ofusca o sol dos meus dias
E o calor do teu peito assombra-me as noites…
Sinto-me impregnada no teu cheiro
E as tuas palavras ecoam no interior de mim…
Ensinaste-me o significado do amor
Quando vagava num mar de sentimentos,
Procurando por ele, dentro e fora de mim.
Mas plantaste a semente e fugiste-me.
Quero-te fora, longe de mim!
Sinto vontade de deixar-te voar com o vento,
Mas esse não tem forças para levar-te
E nem eu para deixar-te ir…
Já não sei o que fazer… sinto-me perdida…!
Desespero para chamar-te meu amor
Quando nunca sequer tive o direito
De chamar-te… meu aMigo…

domingo, 19 de julho de 2009

Chuva...

Tenho pensado na chuva…
Na chuva que cai e lava os meus pensamentos,
Ensopa a minha vida… refresca o meu corpo…
Corpo quente, febril, sedento de ti perto de mim.

Tenho pensado na chuva…
Na chuva que, gota a gota, enfeita o mundo
De pequenos diamantes… diamantes em bruto
Que reflectem o meu brilho de quando te vejo.

Tenho pensado na chuva…
Na chuva que canta com perfeita voz,
Que me recorda… que não me deixa esquecer
Do tempo em que era para ti toda a minha força.

Tenho pensado na chuva…
Na chuva que me lembra de ti e de mim…
De mim contigo… de mim sem ti, afinal…
Eu era apenas um sonho perdido em ti.

Tenho pensado na chuva…
Na chuva que, leve, pesa na minha pele
Queimando-me… obrigando-me a refugiar-me
De mim mesma… da tua agridoce lembrança.

Tenho pensado na chuva…
Na chuva que expia de mim o pecado
De amar-te, desejar-te… querer-te só meu!
Porque és, foste e sempre serás parte de mim…

E daquilo que escrevo.

terça-feira, 3 de março de 2009

Vício...

Estou longe...
Num mundo novo, desconhecido,
Deserto florido no interior de um oásis seco.
Rego, inconscientemente, uma planta sedenta
Que revive dentro de mim e me seca a garganta,
Crescendo e espalhando-se qual erva daninha.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Amor Eclipsado

Olho em volta…
Nada mexe, nada vive… nem mesmo eu…
Fecho os olhos e escuto o silêncio perturbador…
É tanto que abafa até os meus pensamentos…
Os meus desejos… a antiga ânsia de viver…
Essa percorre-me a pele e deixa-se ir
Para longe, onde não a posso alcançar…
É uma solidão tão grande dentro de mim…
Tenho a mente prisioneira e não sei libertá-la…
Sinto os membros acorrentados…
Cada bater do coração dói como um punhal
Que se espeta e volta a espetar-se…
Sei que novamente que me cobre a luz
De um sol eclipsado teimando em não se deixar ver…

Sinto frio…
Faz-me falta aquele abraço que não vem…
Voltam as saudades daquela voz que não ouço…
A solidão persegue-me o espírito, aniquilando-o…
Volto a ser tudo para nada e nada para tudo…
Solto um suspiro gelado e posso vê-lo,
Lentamente, desaparecer, levando-me com ele
Para esse lugar que nenhum ser vivo quer conhecer…
Salto para fora do meu corpo e observo-me,
Quedada em silêncio, a um canto, imóvel…
Beijo a minha face, com festas de ternura…
Regresso a mim e encho-me de coragem…
Abro a boca e sai-me, como se fosse alma,
Um forte e sentido… «Amo-te»…

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Esta folha de papel, ainda em branco...

Esta folha de papel, ainda em banco, é um mar de esperanças e sonhos de tudo o que me vem na alma. É um segredo escondido que guarda uma mensagem que se torna legível quando, cuidadosamente pego no lápis e o passo sobre ela, desvendando o que esconde... o que eu escondo... bem no fundo da alma.

Esta folha de papel, ainda em branco, é um vazio cheio de palavras belas, palavras tristes, palavras minhas... palavras suas.

Porque o que é meu é seu, assim que sinto o seu toque e espalho lágrimas que não caíram, sorrisos que não viram ainda a luz do sol, tão grande, tão poderoso, que, mesmo que as nuvens o tapem, prevalece, aquecendo-me a alma.

Esta folha de papel, ainda em branco, é uma vida que anseia sair e mostrar a sua beleza, como um feto anseia vir ao mundo e cumprir o seu destino. Eu sou a mãe que quer vê-lo belo, forte, pronto para permanecer infinitamente, mesmo depois de mim.

Porque as palavras escritas não voltam a esconder-se, nem quem as escreveu pode esquecer-se de que o fez.

Esta folha de papel, ainda em branco, era nada... Esta folha de papel, já escrita, é tudo... E tudo continuará a ser... tanto quanto eu sou tudo o que nela há e nada sou do que ficou por dizer...

Porque eu sou o que escrevo mais do que o que deixo por escrever. Porque a palavra que se escreve tem mais valor do que a frase dita... porque há provas disso. E mesmo que a prova física se vá, nada pode apagar a que fica guardada no nosso peito.

Esta folha de papel, ainda em branco, era como eu:
... à espera do que será escrito em mim...