sábado, 2 de junho de 2007

Andorinha que voas alto...

Deixei o meu ser trancado.
Perdi-o no meio da eternidade.
Esqueci-me de quem sou,
Deixei de ser nessa tarde.

Esqueci a chave no bolso
De um casaco do meu passado.
Está nas minhas mãos o cofre,
Mas terá de ficar fechado.

Oiço-me chamar por mim
Tal com um rebento chora
E, como mãe, também sofro
Pelo choro que em mim mora.

Eu choro, eu grito.
Sinto-me perdida!
Não sei mais que fazer
Estou só nesta longa vida…

Andorinha que voas alto,
Trás contigo a Primavera…
Procura a vida que eu tinha,
Encontra a pessoa que eu era…