Olho em volta…
Nada mexe, nada vive… nem mesmo eu…
Fecho os olhos e escuto o silêncio perturbador…
É tanto que abafa até os meus pensamentos…
Os meus desejos… a antiga ânsia de viver…
Essa percorre-me a pele e deixa-se ir
Para longe, onde não a posso alcançar…
É uma solidão tão grande dentro de mim…
Tenho a mente prisioneira e não sei libertá-la…
Sinto os membros acorrentados…
Cada bater do coração dói como um punhal
Que se espeta e volta a espetar-se…
Sei que novamente que me cobre a luz
De um sol eclipsado teimando em não se deixar ver…
Sinto frio…
Faz-me falta aquele abraço que não vem…
Voltam as saudades daquela voz que não ouço…
A solidão persegue-me o espírito, aniquilando-o…
Volto a ser tudo para nada e nada para tudo…
Solto um suspiro gelado e posso vê-lo,
Lentamente, desaparecer, levando-me com ele
Para esse lugar que nenhum ser vivo quer conhecer…
Salto para fora do meu corpo e observo-me,
Quedada em silêncio, a um canto, imóvel…
Beijo a minha face, com festas de ternura…
Regresso a mim e encho-me de coragem…
Abro a boca e sai-me, como se fosse alma,
Um forte e sentido… «Amo-te»…
Pelos pinhais da minha aldeia
Há 5 anos