quinta-feira, 31 de maio de 2007

Adeus...

Diz-me que não acabou...
Diz-me que amanhã vou acordar
E ouvir a tua voz, novamente,
Falar palavras amargamente doces...
Jura que o teu sorriso não se vai...
Que o teu olhar não se desviará!
Por favor, jura!
Garante que o meu nome
Será para sempre recordado por ti...
Que a minha memória não se vai...
Diz-me que o teu coração
Ficará para sempre ligado a mim...!
O medo que me assombra
É maior que a dor de perder
Um dos maiores tesouros
Que Deus pôs na minha vida!
A tua presença é um raio de sol
Nos dias chuvosos do meu caminho.
Saber que estás por perto
É uma segurança que me mantém calma.
Não sei... talvez não queira saber
Se é possível deixar-te ir...!
Nada me vai magoar mais
Que a separação que se aproxima...
E, mesmo não te dizendo, eu sinto
Que o futuro é negro
Sem a tua luz que me guia...!

Para um aMigo que nunca o chegou a ser...
Vou sentir a tua falta...

Sou quem te quer...

Eu sou uma intrusa na vida,
A mais pequena unidade de medida.
Sou a que vive por viver,
Aquela que chora sem se ver.

Eu sou a lágrima de um olhar,
A mágoa do verbo amar.
Sou a que luta e nunca vence,
A palavra suplicante de uma prece.

Eu sou quem ama sem ser amada,
Mais um sinónimo de "nada".
Sou quem sorri só com a boca,
Quem se finge surda e faz de louca.

Eu sou o vento que voa sem destino,
O choro nos olhos de um menino.
Eu sou segredo que ninguém conhece,
Tormento que ninguém merece.

Sou dor de chama que flameja
E se abafa para que ninguém a veja.
Eu sou alma velha, nua,
Sombra que, à noite, cobre a Lua.

Sou quem te quer com pouca sorte,
E ainda mais te amará depois da morte...

Há um ano que morri... (3 de Março de 2007)

Há um ano que morri...
Simplesmente morri...
Desde então, sou nada...
Porque, para ti, sou nada...
Nada sedo para ti,
Que, para mim, poderia ser?
Quando comecei a viver
Perdi a vida.
A minha alegria
Transformava-se em pequenas lágrimas,
O Verão ficou gélido
E a Lua abandonou-me
Nas noites mais solitárias
Em que por ti chorava.
Há um ano que morri...
Larguei a minha existência,
Voei para muito longe
E instalei-me algures,
Longe de tudo e de todos...
Só perto de ti.
Deixei de conhecer-me
Para conhecer-te a ti.
Esqueci-me de ver-me ao espelho
Para lembrar-me do teu sorriso
Morri... Oh, se morri!
Deixei de ser para o mundo.
Sou só vento que sopra
Sempre em teu redor.
Sou nuvem que corre,
Velando por ti...
Há um ano que morri...
Mas, nesse dia, descobri
Que te amo mais que a mim
E que estou viva por amo de ti!

Eu sou...

Sou cativa cuja alma
Voa sem cessar, e... assim...
Sou livre!
Sou a sereia que mergulha
E se afoga em ti!
Sou predador que de ti
Se alimenta para viver,
Mas presa que expira
Ao desejo dos teus lábios!
Sou autor da melodia dos sonhos,
Mas preciso de ser a harpa
Que canta ao toque dos teus dedos!
Sou a lágrima, a raiva, o sofrimento
Que vibra a cada sorriso teu,
Cada alegria, cada vitória!
Sou a voz que te chama,
Que grita o teu nome
Na escura noite em que assombras
O meu sono!
Sou a bruxa que chora
No silêncio da escuridão,
A fada que vela por ti
E te protege do mal!
Sou um sapo encantado
Que espera o teu amo,
O tesouro que não desenterraste!
Sou o sol que te guia
E que cega os que estão contra ti!
Sou a fé que, paciente,
Espera que chegues,
E a certeza de que não virás!
Sou no teu dia, a tua flor,
E, na noite, a Lua que te ilumina
Para não tropeçares!
Sou... Sim, sou... mas eu sonhos!
Sim... eu sei que sou!
Sou a sonhadora que humilhas,
Que desprezas, que ignoras!
Sou aquela que, para ti,
Não passa de uma poetisa...
Uma sereia que tenta seduzir-te
Pelo som da sua voz!
Mas sou... sim, sou!
Em sonhos ou não, eu sinto que sou...
Aquela que ri, aquela que chora,
Aquela que grita, aquela que ama!
Pecado meu, que me seduzes!
Sou quem vive em medo,
Quem vive em mágoa!
Sou um número, um pássaro que voa
Sem saber para onde!
Não importa, sou!
Deixa-me ser isso mesmo!
Permite-me acreditar que,
Agora e aqui, com ou sem ti...
Eu amo, eu existo... eu sou!

Música no meu coração

Eu preciso de música! Da tua música!
Preciso de ser a tua musa,
A flauta que sente o sabor dos teus lábios,
As cordas do violino que fazes vibrar!
Preciso de conhecer o teu ritmo,
Viver contigo na harmonia dos sonhos,
Preciso que cantemos juntos a melodia da vida,
Na mais perfeita partitura de amor!
Vamos compôr música, Anjo Meu!
Secretamente, mesmo em silêncio,
Fortificar-nos com a união
De duas vidas, duas bocas, dois corpos,
Perdidos nesse concerto amoroso
Que criaremos, só nós dois!
Vem comigo, por favor, não receies!
Sê a minha clave de sol,
Preciso da tua presença em cada sustenido,
Em cada bemol, em cada escala, cada harpejo!
Ajuda-me a provar ao Mundo
Que a paz e a harmonia existem,
Mesmo apenas no curto tempo
De uma pausa de colcheia,
Silenciosa, talvez abafada pelo nosso amor!
Amo-te... Amo-te com todas as minhas forças!
Preciso de ti, completas o compasso da minha vida...
Só tu podes dar som às notas que escrevi para ti!
Eu preciso de música! Da tua música!

Tão perto, tão longe...

Se estendesse a minha trémula mão,
Poderia sentir a suave pela da perfeição.
Num pequeno passo dos meus,
Poderias estar frente a frente com a ilusão.
Se abrisse a minha boca e sussurrasse,
Mesmo assim, o intocável ouvir-me-ia.

Perfeição tão perfeita
Que fere os meus imperfeitos olhos!
Ilusão tão real
Que me é possível, mas proibido tocar-lhe!
Tão intocável, meu Deus,
Que o vento pára de soprar quando ele passa!

Escorrem lágrimas dos meus olhos,
Lágrimas que julgava extintas!
Nos meus lábios, um sorriso verdadeiro,
Tão verdadeiro que julgava impossível!
O coração bate com força,
Tanta força que poderia arrancar-mo do peito!

O destino não teria força alguma,
Se ele, um dia, me aceitasse!
Nada no mundo me impediria,
Se ele, num momento, me quisesse!
Lágrima nenhuma sobraria em mim,
Se ele, por uma vez, me sorrisse!

Estou viva, mas sem coração,
Porque lho oferecia há muito!
Estou rodeada de gente, mas só,
Porque ele não está presente!
Choro intensamente, mas sorrio,
Porque ele faz parte de mim...!

Voo de sonho...

Eu vou voar.
Vou levantar-me desta cadeira
E vou estender as minhas asas de sonho!
Vou flutuar nas nuvens
E brincar na água do lago
Como se de uma libelinha me tratasse!
Vou migrar para um mundo pararelo
Cheio de cores vivas, berrantes
Com a minha família de andorinhas!
Sentir o vento na minha cara,
Voar sob as mil estrelas do céu,
Sentir o terno abraço do infinito!
Vou finalmente viver!
Esquecer os problemas e a dor,
Largar a responsabilidade
Num mundo só meu!
Quero sorrir!
Respirar fundo e sentir liberdade,
Adormecer sob a Lua
E acordar com um beijo do Sol!
Amar... e ser amada,
Lembrar e ser recordada,
Viver pelas leis do meu coração!
Vou estar contigo!
Vou sonhar com o teu abraço,
Viver aquilo que ela viverá para sempre!
Guardar para mim
Todos os beijos, todo o carinho
Que lhe darás, na minha cara, humilhando-me!
Sofrer e chorar,
Sentir a perda nas tuas mãos,
Mas, em sonhos, viver no teu olhar... e ser feliz...!

Distância

Aqui estou eu...
Perdida no tempo infinito
No puzzle da vida
Em que faltam peças,
Deixando-me incompleta...
Acordo de manhã
E derramo lágrimas
De lamentos secretos,
Por toda a noite
Não ter passado de um sonho...
A cabeça pende e eu,
Sem forças para erguê-la,
Mantenho-me no chão,
Caída, longe de tudo e todos,
Esquecida de mim mesma...
Lá estás tu...
Escondido de mim, do outro lado
Da muralha invisível
Da nossa vida. O tempo passa
E não sei como aproximar-me...
Sinto-me só, preciso de ti!
Tu não... nem me conheces...
Posso ver-te, mas nunca olharás para mim!
Um dia, hei-de gritar por ti,
E tu não saberás sequer o meu nome!
Dor, sofrimento, solidão,
Silêncio, segredo, incerteza,
Aperto no peito, é o que sinto
Quando acordo e não estás comigo.
E... acho... que é o que sentirei para sempre...!